Neiff Satte Alam
Vida, espaço e tempo
Por Neiff Satte Alam
Biólogo, professor de Biologia e especialista em Informática na Educação
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Vida é espaço.
O tempo é a dimensão onde ela ocorre.
Neste espaço encontramos sua imortalidade no DNA, que se transmite através das gerações, mutando, aperfeiçoando-se, encontrando no futuro, por exaptação, o motivo de suas mudanças. Neste mesmo espaço, nossos neurônios vão registrando e armazenando lembranças, produzindo experiências e preparando-se para povoarem a noosfera - esfera do pensamento - que será absorvida por todos os demais seres, com maior ou menor intensidade, mas sempre promovendo uma "experiência planetária", que continuará a vida neste plano, juntando-se e enriquecendo as gerações que estarão ocupando este espaço no tempo futuro, que é só uma expectativa da realidade (tempo presente).
Não é tempo, pois o que existe é a realidade que chamamos presente. Passado e futuro são referências do espaço que foi ocupado e o que será ocupado, pois a vida transita pelo tempo, que, sendo realidade, é um espaço contínuo, que se altera por evolução própria e interfere na evolução dos seres vivos, que são componentes destes espaços, em estado de complexidade absoluta onde a "vida" é o complexus que harmoniza espaço/seres vivos.
Se estas premissas forem corretas, fica evidente a necessidade de absoluto respeito ao equilíbrio entre o binômio espaço/seres vivos, pois, comprometer esta realidade significa comprometer a existência de vida no planeta Terra e iniciar um desmonte desta criação/evolução que se projeta para realidades futuras.
Os desequilíbrios ambientais que vivenciamos. Os atropelos anti-ecológicos que presenciamos. As alterações estruturais e funcionais do planeta Terra que estamos diretamente ou indiretamente proporcionando, terminarão por alterar o espaço/seres vivos e, por consequência, mudar os rumos da Vida, assim como estamos projetando, ou até mesmo inviabilizando, este monumental projeto cósmico, totalmente aleatório e sobre o qual não temos nenhuma ideia de sua gênese, mas temos ideias claras de sua possível destruição.
Neste caso, nesta possibilidade mais drástica, ficará a esperança de que a noosfera, ocupando novos espaços, dê continuidade à vida em forma e condições inimagináveis, mas tendo como semente o que até aqui se construiu neste esforço evolutivo, que alguns chamam de criação.
É possível, por outro lado, que a consciência, que é construção da dualidade espaço/seres vivos, dê importância à manutenção da integridade deste sistema e proporcione avanço para o surgimento do Homo complexus. Este, espera-se, terá mais respeito por esta construção e poderá, então, fundir em definitivo espaço/tempo/seres vivos, uma nova era então surgirá com interação harmônica entre humanização e hominização… E novos caminhos se abrirão.
Mas o futuro será sempre fruto das escolhas feitas no momento presente - a realidade, daí...
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